Neste domingo, 16 de outubro, aconteceu o primeiro debate dos candidatos à presidência da República, do segundo turno. Transmitido pela TV Bandeirantes em um “pool” de outros veículos, os candidatos se enfrentaram diretamente em três blocos, ao longo de quase duas horas. Entre os temas abordados pelos candidatos estiveram pandemia, economia e benefícios sociais, entre outros.

Diferente da tensão das campanhas, o debate teve poucos momentos acalorados, com baixo número de pedidos de direito de resposta. Em momentos específicos, o ex-presidente Lula administrou mal o tempo que poderia usar para responder e questionar o adversário. 

Ao longo do primeiro bloco do debate, os candidatos discutiram sobre a pandemia. Lula responsabilizou Bolsonaro por mais de 400 mil mortes de brasileiros, que segundo ele, poderiam ter sido evitadas e foram causadas diretamente pelo atraso na compra de vacinas. Bolsonaro se defendeu afirmando que não atrasou a vacina, pois “não havia renda em 2020”, além disso ele acusou o PT e os políticos do Nordeste de corrupção na pandemia. 

Sobre os benefícios sociais, o atual presidente afirmou que o Auxílio Brasil será mantido de “forma vitalícia”, caso ele seja reeleito e que o PT era contra o benefício. Lula respondeu declarando que o PT havia feio uma proposta de Auxílio maior antes da determinação do valor de R $600 reais, “o presidente só propunha R $200 reais”, afirmou o petista que ainda falou sobre aprovar uma reforma tributária. O debate sobre esse tema seguiu sobre geração de empregos durante ambas gestões e a criação de universidades.

Outro tema que teve grande relevância durante o debate foi o desmatamento da Amazônia. O ex-presidente Lula declarou que o Brasil era reconhecido como um país que preservava o meio ambiente e afirmou que, caso seja eleito, irá implantar políticas de preservação para atrair investimento internacional para o país. Em resposta, Bolsonaro afirmou que o petista tem intenção de dar parte da riqueza da Floresta Amazônica para outros países. O candidato à reeleição ainda afirmou que Lula não executou políticas para proteção da floresta ao longo dos anos de gestão do PT. 

Quando o tema abordado foi a corrupção, ambos os candidatos fizeram acusações. Lula declarou que houve corrupção durante do governo Bolsonaro, no processo de compra de vacinas, suspeita que foi investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). “O senhor atrasou a vacina, depois tendo um processo inclusive de corrupção definido e denunciado pela CPI. E o fato concreto é que a sua negligência fez com que 680 mil pessoas morressem quando mais da metade poderia ter sido salva. A verdade é que o senhor não cuidou, debochou, riu, dizia que quem tomava vacina virava jacaré, virava homossexual, que não podia tomar vacina. O senhor gozou das pessoas, imitou as pessoas morrendo afogadas por falta de oxigênio em Manaus”, declarou o petista. 

Já Bolsonaro declarou que Lula mentiu e afirmou que não houve corrupção pois não havia vacina no Brasil. Ele ainda afirmou que o PT se envolveu em corrupção durante a pandemia. “Corrupção fez o seu partido na covid. Quando chegou na CPI a notícia de 50 milhões de reais desviados do sr. Carlos Gabas, ex-ministro de Dilma Rousseff, que passeava de bicicleta com ela, a CPI, dos seus amigos Renan Calheiros e Omar Aziz, não quis investigar. 50 milhões torrados em uma casa de maconha, não chegou nenhum respirador, e daí sim irmãos nordestinos morreram por falta de ar, por corrupção do sr. Carlos Gabas, deixar bem claro, e, em especial, o seu governador da Bahia, Rui Costa”.